sábado, 29 de janeiro de 2011

Varicocele

O que é?

Veias dilatadas ao longo do cordão espermático (estrutura que suspende o testículo) constituem a varicocele. Causas anatômicas (veia espermática desembocando na veia renal esquerda) e incompetência de válvulas venosas são as principais causas da doença.A varicocele está presente em 15% da população geral (adultos e adolescentes) e em 35% dos homens com infertilidade.

O que se sente?

O paciente nota a presença de veias dilatadas e tortuosas no seu saco escrotal ou mesmo apresenta desconforto ou dor no lado afetado. As veias aumentam de calibre com o esforço físico. A varicocele pode também ser indolor ou ser achada acidentalmente. O lado mais atingido, por uma razão anatômica, é o lado esquerdo. Aparecimento súbito de varicocele principalmente em pessoas idosas pode ser causado por tumores renais devido à compressão da veia renal. A varicocele é uma causa comum de infertilidade, alterando o esperma e inclusive diminuindo , em alguns casos, o volume testicular.

Como se faz o diagnóstico?

Veias calibrosas numa das metades do saco escrotal, não dolorosas à palpação e que aumentam de volume enquanto o paciente é submetido à uma manobra de esforço, constitui o diagnóstico de varicocele. Em casos duvidosos, pode-se recorrer a ecografia testicular, cintilografia dos testículos e termografia.

Como se trata e qual é o prognóstico?

O tratamento é cirúrgico com ligadura da veia espermática. Existem várias técnicas, todas de ambulatório. O tratamento geralmente é bem sucedido e se a varicocele for a única causa da infertilidade, essa estará resolvida. Alguns casos assintomáticos de varicocele podem ser tratados conservadoramente com um suspensório escrotal durante exercícios.Além da infertilidade, a dor no testículo afetado ou a estética (varicoceles muito volumosas ) constituem outras indicações cirúrgicas. Em crianças a indicação é controversa, sendo indicada a cirurgia quando houver indícios de atrofia (diminuição do volume) testicular.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Faringite

A faringite é uma inflamação da garganta (faringe) normalmente causada por um vírus, mas também comumente causada por bactérias.

A faringite pode ocorrer em infecções virais (p.ex., resfriado comum, gripe e mononucleose infecciosa) e em infecções bacterianas (p.ex., faringite estreptocócica) e por doenças sexu-almente transmissíveis (p.ex., blenorragia [gonorréia]).

Os sintomas, que incluem a dor de garganta e a dor à deglutição, são semelhantes tanto na faringite viral quanto na bacteriana. Em ambas, a membrana mucosa que reveste a faringe pode estar discreta ou intensamente inflamada e recoberta por uma membrana esbranquiçada ou uma secreção purulenta. A febre, o aumento dos linfonodos do pescoço e o aumento da contagem de leucócitos no sangue caracterizam tanto a faringite viral quanto a bacteriana, mas podem ser mais prondunciados na forma bacteriana.

Os analgésicos comuns, as pastilhas para a garganta ou o gargarejo com água morna e sal podem aliviar o desconforto da garganta, mas a aspirina não deve ser utilizada em crianças e adolescentes com menos de 18 anos devido ao risco da síndrome de Reye. Os antibióticos não são úteis quando a infecção é viral, mas podem ser prescritos quando o médico suspeita fortemente que a infecção é de origem bacteriana.

Caso contrário, nenhum antibiótico é administrado até os exames laboratoriais confirmarem um diagnóstico de faringite bacteriana. Quando os exames indicam que a faringite é causada por uma infecção estreptocócica (faringite estreptocócica), o médico prescreve a penicilina, normalmente sob a forma de comprimidos, para erradicar a infecção e prevenir complicações como a moléstia reumática (febre reumática). Os indivíduos alérgicos à penicilina devem utilizar a eritromicina ou um outro antibiótico.

A faringite é uma doença inflamatória da mucosa que reveste a faringe e que se manifesta por avermelhamento e inchação da mesma.

Esta afecção freqüentemente se estende também às amígdalas, denominando-se faringoamigdalite.

Em geral, é uma infecção viral que começa o ataque, predispondo a colonização e infecção por bactérias.

Os vírus implicados com maior freqüência são os rinovírus, coronavírus, adenovírus, influenza e parainfluenza.

Entre as bactérias destacam-se o estreptococo beta-hemolítico, o pneumococcus, o mycoplasma pneumoniae, o staphylococcus aureus e o haemophilus influenzae.

A porta de entrada é a oral, pela veiculação dos agentes causadores através das gotinhas de flügge, isto é, salpicos de saliva que as pessoas eliminam ao falar, tossir ou espirrar.

A faringoamigdalite é uma das infecções mais comuns em crianças entre os 4 e os 15 anos de idade, sobretudo nos primeiros anos escolares.

As faringites de origem viral predominam no outono e no inverno. Chamadas habitualmente de angina vermelha, começam com um quadro febril, mal-estar geral, ardor na garganta e dor ao engolir. Ao inspecionar a boca, observa-se sua parte posterior congestionada e de cor vermelha intensa.

Nas de origem bacteriana, o quadro começa subitamente com irritação na garganta, dor e dificuldade para engolir, febre de 38,5 a 39,5 graus centígrados, náuseas e vômitos, dores de cabeça e, em alguns casos, dor abdominal.

A observação da faringe mostra uma congestão acompanhada de uma secreção branco-cinzenta.

A febre desaparece em 3 a 5 dias, e os demais sintomas em uma semana.

Para alívio da dor e diminuição da febre, são indicados medicamentos analgésicos e antipiréticos, como a aspirina ou o paracetamol.

A necessidade do repouso, seja absoluto ou relativo, depende do estado geral.

Em caso de faringite de origem bacteriana, deve-se ministrar um tratamento à base de antibióticos para erradicar o microorganismo causador e evitar complicações. Os mais utilizados são as penicilinas, os macrolídeos e as cefalosporinas.Em caso de alergia às penicilinas pode-se utilizar a eritromicina ou a clindamicina. Esta última deve ser usada com precaução, devido aos efeitos secundários que podem aparecer.

O tratamento com antibióticos é muito eficaz para a prevenção da febre reumática, complicação do estreptococo beta-hemolítico do grupo A.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

HEMORRÓIDAS | SINTOMAS E TRATAMENTO

A porção terminal do trato digestivo é composta pelo reto, pelo canal anal e pelo ânus propriamente dito. Como em qualquer outra parte do nosso corpo, essa região é vascularizada por artérias e veias, que recebem o nome de artérias e veias hemorroidárias.

Porém, ao contrário das veias do resto do corpo, as veias hemorroidárias não possuem válvulas para impedir o represamento de sangue. Portanto, qualquer aumento da pressão venosa dessas veias, propicia o seu ingurgitamento.

Hemorróidas ou doença hemorroidária é o nome que se dá a essa dilatação das veias do reto e ânus, podendo vir acompanhada de inflamação, trombose ou sangramento.
As hemorróidas são classificadas em:

- Hemorróidas internas: quando ocorrem no reto

- Hemorróidas externas: quando ocorrem no ânus ou no final do canal anal.


As hemorróidas internas são ainda classificadas em 4 estágios:

- Hemorróidas grau I: não prolapsam através do ânus

- Hemorróidas grau II: prolapsam através do ânus durante a evacuação mas o retornam à sua posição original espontaneamente

- Hemorróidas grau III: prolapsam através do ânus e a sua redução só é conseguida manualmente

- Hemorróidas grau IV: estão prolapsadas através do ânus e a sua redução não é possível


As hemorróidas internas grau I não são visíveis; Hemorróidas grau II normalmente passam despercebidas pelos pacientes. Como o reto e o canal anal possuem pouca inervação, elas não costumam causar dor.

As hemorróidas externas são facilmente identificadas e costumam inflamar causando dor e/ou prurido (comichão).

Causas de hemorróidas

As hemorróidas são um distúrbio muito comum. Estima-se que na população acima dos 50 anos mais da metade sofra de hemorróidas em graus variáveis.

Os principais fatores de risco são:

- Constipação intestinal (prisão de ventre);

- Esforço para evacuar;

- Obesidade;

- Diarréia crônica;

- Prender as fezes com freqüência, evitando defecar sempre que há vontade;

- Dieta pobre em fibras;

- Gravidez;

- Sexo anal;

- História familiar de hemorróidas;

- Tabagismo;

- Cirrose e hipertensão portal;

- Ficar longos períodos sentados no vaso sanitário (há quem ache que o próprio design dos vasos propicie a formação de hemorróidas).

O hábito de evacuar agachado, e não sentado, muito comum no oriente médio e Ásia, está associado a uma menor incidência de hemorróidas.

Independente dos fatores de risco, as hemorróidas se formam quando há aumento da pressão nas veias hemorroidárias ou fraqueza nos tecidos da parede do ânus, responsáveis pela sustentação das mesmas.

Sintomas das hemorróidas

As hemorróidas podem ser sintomáticas ou não. Como já dito anteriormente, as internas tendem a ser menos sintomáticas. O único sinal indicativo da sua presença pode ser a presença de sangue ao redor das fezes ao evacuar.

O sangramento se apresenta tipicamente como pequena quantidade de sangue vivo que fica ao redor das fezes, e por vezes, fica pingando no vaso depois do término da evacuação. É comum também haver sangue no papel higiênico após a limpeza.

As hemorróidas internas podem causar dor se houver trombose ou quando o esforço crônico para se evacuar causa o prolapso da mesma para fora no canal anal. As hemorróidas internas de grau III e IV podem estar associadas à incontinência fecal e à presença de corrimento mucoso que provoca irritação e prurido anal.

As hemorróidas externas são por via de regra sintomáticas. Estão associadas a sangramentos e dor ao evacuar e ao sentar. Em casos de trombose da hemorróida, a dor pode ser intensa. O prurido é outro sintoma comum. As hemorróidas externas são sempre visíveis e palpáveis.

Apesar de ser uma causa comum de hemorragia retal, é importante nunca assumir que o seu sangramento é devido a hemorróidas sem antes consultar um médico. Várias doenças, como fissura anal, câncer do reto, doença diverticular e infecções também podem se manifestar com sangue nas fezes.

O sangramento costuma ser de pequena quantidade, mas, por ser frequente, pode levar a anemia em alguns casos.

Diagnóstico das hemorróidas

Nas hemorróidas externas o exame físico é suficiente para o diagnóstico. Nas internas é preciso realizar o toque retal e, na dúvida, a anuscopia (uma mini-endoscopia onde se visualiza o reto).

Em doentes idosos com sangramento pelo reto, mesmo que se identifiquem hemorróidas, é conveniente realizar a colonoscopia para se descartar outras causas. Como as hemorróidas são muito comuns nesta faixa etária, nada impede que o paciente tenha uma segunda causa para o sangramento, como um câncer do intestino.

Tratamento das hemorróidas - Remédios para hemorróidas

O médico especialista em hemorróidas é o proctologista.

Durante as crises, os banhos de assento com água morna podem trazer alívio para os sintomas agudos. Nas grávidas sugere-se compressas úmidas mornas. Deve-se também evitar limpar o ânus com papel higiênico, dando preferência ao bidê ou a jatos de água morna.

Nas pessoas com constipação intestinal, laxantes então indicados para se diminuir a necessidade de fazer força ao evacuar.

Pomadas e cremes para hemorróidas podem ser usados, uma vez que servem de lubrificante para a passagem das fezes e geralmente contém anestésicos em sua fórmula. O alívio é apenas temporário e não se deve usar esses cremes indefinidamente sem orientação médica. Supositórios com corticóides são outra opção quando há muita dor ou comichão, porém, é um tratamento que não deve ser usado por mais de 1 semana devido aos seus possíveis efeitos colaterais.

Um dieta rica em fibra diminui a incidência de sangramentos e pode aliviar também a coceira. Apesar de ser um dica muito famosa, não há provas de que alimentos com pimenta piorem os sintomas. Isto deve ser avaliado individualmente.

Nas pequenas hemorróidas externas com trombos o tratamento pode ser feito no consultório médico com uma pequena incisão, com anestesia local, para retirada dos coágulos. Isto é suficiente para o alívio dos sintomas.

Em casos mais graves, pode ser necessária a laqueação elástica. Uma borracha é introduzida na base das hemorróidas, causando estrangulamento e necrose das mesmas. Depois de alguns dias, ela sai sozinha pelo ânus junto com o elástico. É uma técnica que pode ser feita no próprio consultório do proctologista. Costuma ser indolor e muitas vezes não se usa nem anestesia.

Outra opção é a escleroterapia que consiste na injeção de uma solução química que causa necrose das hemorróidas. Uma terceira opção é a coagulação à Laser. Das três técnicas, a ligadura elástica é a que apresenta melhores resultados.

Se as técnicas pouco invasivas não surtirem efeito, ou se a hemorróida for muito grande, o tratamento é feito com cirurgia tradicional, chamada de hemorroidectomia.

Hemorróidas podem virar câncer?

NÃO! HEMORRÓIDAS NÃO VIRAM CÂNCER! Porém, os sintomas podem ser parecidos com os tumores intestinais, principalmente nasneoplasias do reto e ânus. Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico diferencial, especialmente em maiores de 50 anos.