segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Saúde Mental - O que é saúde mental

O que é saúde mental

A saúde mental é um termo utilizado para descrever um nível de qualidade de vida cognitiva e emocional ou a ausência de uma doença mental. Na perspectiva da psicologia positiva ou do holismo, a saúde mental pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica.

Os estudos realizados pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos sugerem que uma pessoa em cada cinco sofrerá de uma doença mental diagnosticável, em qualquer período de seis meses. Isto representa 30 a 45 milhões de pessoas, incluindo 8 a 12 milhões de crianças e adolescentes com menos de 18 anos. Só 20% tomará a iniciativa de procurar ajuda profissional. Estima-se que a sociedade norte-americana perde aproximadamente 247.000 milhões de dólares por ano como consequência direta ou indireta de doenças mentais e o uso de drogas ilegais. Todos os dias suicidam-se 15 a 18 jovens, o que faz do suicídio a terceira causa de morte entre a juventude dos Estados Unidos. Estatísticas como estas obrigam-nos a reconhecer que a nossa sociedade moderna enfrenta um sério problema de saúde mental.

A Organização Mundial de Saúde afirma que não existe definição "oficial" de saúde mental. Diferenças culturais, julgamentos subjectivos, e teorias relacionadas concorrentes afetam o modo como a "saúde mental" é definida.

No Dicionário Aurélio encontram-se dois sentidos para a expressão “paradigma” que permite aferir o modelo de saúde mental. A primeira diz: “Modelo, padrão” e a segunda, “Termo com o qual Thomas Kuhn designou as realizações científicas (p. ex., a dinâmica de Newton ou a química de Lavoisier) que geram modelos que, por periodo mais ou menos longo e de modo mais ou menos explícito, orientam o desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na busca da solução para os problemas por elas suscitados”.

Desde o século XVIII, o “modelo ou padrão” de abordagem a respeito dos fenômenos mentais que se diferenciam da vivência da maioria das pessoas foi o isolamento, a segregação, a exclusão, quando não o emprego de meios próximos à tortura, como formas de impedir a expressão de sentimentos e verdades de que essa maioria não quer se dar conta. Utilizando-se de um discurso que se pretendia “científico”, a medicina organizou, valendo-se de seu modelo de “isolar para conhecer e tratar”, espaços de exclusão que se mostraram, de meados do século XX para cá, ineficazes como meio de tratamento e desumanos. De lá pra cá a psiquiatria evoluiu muito, existem os tratamentos ambulatoriais que são comprovadamente eficazes para muitos distúrbios como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, entre outros; nos quais é ministrado medicamento e é acompanhado muitas vezes de psicoterapia.

Várias condições mentais são o produto de mudanças bioquímicas ocorridas no cérebro. Outras são o resultado de traumas psicológicos e emocionais experimentados no passado. Algumas poderiam desenvolver-se como resultado de fatores genéticos e propensões herdadas. Um acidente que cause danos cerebrais também poderia induzir sintomas de perturbações mentais.

Embora seja certo que a ciência moderna tenha descoberto que algumas dessas condições representam doenças mentais (ou doenças biológicas do cérebro), as descobertas científicas também confirmam que o ambiente (sociedade, família, etc.) e a forma como nos relacionamos com ele, exerce uma marcada influência na nossa saúde mental.

Uma vez que fomos dotados de inteligência e sentimentos, estamos constantemente reagindo, consciente ou inconscientemente, ao nosso meio ambiente. Experimentamos reações emocionais quando, por exemplo, entramos em contato com problemas sociais (criminalidade, drogas, pobreza, desastres), quando enfrentamos problemas familiares, ou quando pensamos em dificuldades financeiras. Perante situações como estas, a nossa reação emocional poderia ser de ansiedade, depressão, ira, confusão; também de violência ou ideias suicidas. As exigências e pressões do dia-a-dia – ou stresse – a nossa auto-estima e a forma como os outros nos compreendem, também exercem um efeito sobre a nossa saúde mental.

A saúde mental consiste numa relação equilibrada entre as emoções (sentimentos), atitudes (pensamentos) e ações (comportamento). Sem negar a realidade de que em algum momento todos experimentamos pensamentos e sentimentos negativos, a pessoa que procura uma boa saúde mental esforça-se por cultivar pensamentos positivos e emoções edificantes. O terceiro elemento mencionado, a ação, deve estar em harmonia com os dois primeiros; quer dizer, a pessoa que goza de uma boa saúde mental agirá de forma positiva apesar das circunstâncias.

A saúde mental é o resultado de um processo contínuo: vai-se desenvolvendo dia a dia. É necessário trabalho e esforço consciente da nossa parte para poder desenvolver os hábitos positivos que forjarão uma boa saúde mental. Vejamos estes três elementos:

1. Atitudes. A boa saúde mental requer uma atitude de otimismo. O otimista, apesar do passado, vê esperança tanto para o presente como para o futuro; sobre essa base enfrenta os desafios do dia-a-dia. Pelo contrário, a pessoa pessimista tende a recordar apenas o negativo e prevê que o presente e o futuro serão negativos. Desta forma continua a alimentar o ressentimento (devido a ofensas passadas, reais ou imaginárias) e/ou fomenta a sua sensação de culpa (devido a faltas do passado, reais ou imaginárias).

2. Emoções. Em muitas ocasiões as nossas emoções são o resultado dos nossos pensamentos e atitudes. Por exemplo, ao cultivar um sentimento de satisfação na vida por ter alcançado os nossos objetivos, experimentamos orgulho e aceitação própria; quando resolvemos perdoar sentimos paz, e quando acreditamos nas nossas capacidades sentimo-nos confiantes. Por outro lado, se os nossos pensamentos são negativos, também o serão as nossas emoções.

3. Comportamento. Tanto os pensamentos como as emoções afetam o comportamento. Por exemplo, a pessoa que se considera extrovertida tende a agir de forma extrovertida, e a que pensa que é tímida atuará com timidez. Da mesma forma, quem experimenta ira intensa agirá iradamente, mas quem sente paz criará uma atmosfera de paz à sua volta.

Como podemos saber se a saúde mental se encontra afetada?

A Associação Norte Americana de Psiquiatria publicou uma lista de sintomas que poderiam sugerir uma quebra na saúde mental. São os seguintes:

1. Mudanças marcadas de personalidade.
2. Incapacidade de adaptar-se aos problemas e atividades do dia-a-dia.
3. Ideias estranhas ou grandiosas.
4. Ansiedade excessiva.
5. Depressão prolongada e apatia.
6. Mudanças marcadas nos hábitos de dormir ou comer.
7. Pensar ou falar acerca do suicídio.
8. Altos e baixos emocionais extremos.
9. Abuso de drogas ou álcool.
10. Ira excessiva, hostilidade ou comportamento violento.

Quando algum ou vários destes sintomas se manifestam, convém que a pessoa afetada receba assistência profissional.

Como vivemos num mundo imperfeito, às vezes a nossa saúde física vai-se, inevitavelmente, a baixo. O mesmo pode acontecer com a nossa saúde mental; não podemos evitar cada reação emocional em qualquer circunstância. Contudo, temos a responsabilidade de fazer o que está ao nosso alcance para evitar todas as doenças. Ao cultivarmos hábitos positivos e evitarmos os negativos podemos desenvolver e manter uma boa saúde mental.


Mantendo a Saúde Mental

Tal como a saúde física depende de uma boa higiene, de uma alimentação saudável, do exercício e da abstinência de substâncias nocivas, também a saúde mental depende de elementos similares:
Alimentação - Alimentemos a nossa mente com boa leitura; escutemos mensagens positivas e música edificante.

Exercício - Pratiquemos a arte de pensar de forma positiva; visualizemos o futuro com otimismo e cultivemos o domínio próprio.

Abstinência - Não usemos os cinco sentidos para alimentar hábitos ou tendências negativas.


Ao cultivar a boa saúde mental, consideremos os seguintes pontos:

- Seja honesto consigo mesmo. Enumere as suas qualidades positivas e negativas, e estimule as positivas.

- Aprenda a reconhecer e a expressar as suas ideias e sentimentos.

- Desenvolva uma disposição de mudar. Visualize que é capaz de superar as suas fraquezas e faltas.

- Estabeleça objetivos de acordo com as suas capacidades. Seja realista.

- Tente fazer sempre o melhor, mas aprenda a ser flexível.

- Tente controlar o stresse. Organize o seu tempo estabelecendo prioridades. Aprenda técnicas de relaxamento, se necessário.

- Mantenha um corpo saudável. Evite o uso de substâncias nocivas (álcool, tabaco, drogas, etc.). Siga uma alimentação saudável. Exercite-se com regularidade. Procure ter, todas as noites, um sono reparador.

Uma boa saúde, na sua totalidade, compõe-se de quatro elementos básicos: saúde mental, física, social e espiritual. Estes estão intimamente ligados entre si e são indispensáveis se se deseja gozar de saúde plena. Há milhares de anos foram deixados princípios que contribuem para se viver com saúde mental também neste tempo. O otimismo está patente nas palavras do sábio Salomão ao advertir que “o coração alegre serve sempre de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos” Provérbios 17:22. Cuidemos por isso bem da nossa mente, desenvolvendo otimismo, estabelecendo boas relações com os que nos rodeiam, e aprendendo a gerir o medo pelo futuro pois “basta a cada dia o seu mal”!